Torneio de Pesca volta a ocorrer na ilha após quase oito anos
- ICMBio Noronha

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ICMBio Noronha autorizou a realização do evento e realizou apresentação educativa
Fotos: ICMBio-Noronha

Depois de quase oito anos, o tradicional Torneio de Pesca voltou a movimentar as águas de Fernando de Noronha entre os dias 8 e 11 de outubro. Com onze embarcações no mar e cerca de 50 participantes, entre pescadores e convidados, o evento marcou a retomada de uma das atividades culturais mais queridas da comunidade noronhense.
Na categoria maior quantidade de peixe, a embarcação Galdinho ficou em primeiro lugar. O prêmio de maior peixe foi para a embarcação Júlia Neta, com um exemplar de 2,46 metros, enquanto o título de peixe mais pesado ficou com a embarcação Nina, que apresentou um peixe de 24,850 kg.
A iniciativa da Associação Noronhense de Pescadores (Anpesca) contou com a parceria da Administração Distrital de Fernando de Noronha, do ICMBio Noronha e de apoiadores locais. Como gesto de solidariedade, 10% de todo o pescado foi doado ao CIEI Bem-Me-Quer e à EREM Arquipélago.
O torneio começou com uma ação educativa no Porto de Santo Antônio, onde os participantes receberam orientações sobre as unidades de conservação da ilha e as espécies permitidas e proibidas para a pesca.
Durante a competição, o ICMBio Noronha acompanhou de perto todas as etapas. Representantes do Instituto estiveram embarcados em uma das lanchas participantes, enquanto técnicos e voluntários ficaram responsáveis por registrar e monitorar os peixes desembarcados, anotando medidas e pesos. O trabalho contribuiu tanto para o controle ambiental quanto para o julgamento da competição.

“Foi bonito ver a dedicação e a vontade de participar dos pescadores. Vivenciar o campeonato me aproximou da comunidade local e me trouxe uma experiência única”, relatou Jacqueline Ignácio, voluntária da Área Temática de Pesquisa e Manejo com foco em pesca.
Integração e reconhecimento
Na cerimônia de encerramento, o ICMBio Noronha foi homenageado pelos organizadores, recebendo uma placa de agradecimento pelo apoio e pela parceria na retomada do torneio - um momento simbólico de integração entre o Instituto e a comunidade pesqueira local.
“Foi uma atividade exemplar, sem nenhum incidente negativo. Conseguimos acompanhar todo o campeonato, resultado de uma boa integração com os organizadores. Foi muito importante para fortalecer a pesca sustentável”, destacou Lilian Hangae, chefe do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) do ICMBio de Fernando de Noronha.
O torneio reforçou a importância da gestão participativa e do uso sustentável dos recursos marinhos, demonstrando que preservação e cultura pesqueira podem navegar lado a lado nas águas de Fernando de Noronha.
“Ficamos muito felizes com o resultado. Foi uma ótima oportunidade de aproximação, de diálogo e de mostrar que é possível conciliar a pesca tradicional com a conservação do meio ambiente”, afirmou Edineia Correa, coordenadora da Área Temática de Proteção do ICMBio Noronha.
Parceria com responsabilidade ambiental
Antes da realização do torneio, os organizadores se reuniram com o ICMBio Noronha para definir as condicionantes ambientais que garantiram uma atividade sustentável e respeitosa com o ecossistema da ilha. A autorização incluiu uma lista de espécies proibidas, como as ameaçadas de extinção, além da proibição total da captura de tubarões e raias.
Até mesmo o marlim-azul, considerado um troféu entre os pescadores, pôde ser pontuado apenas mediante medição a bordo, com o animal ainda na água, sem ser capturado. Além disso, ficou estabelecido que toda a pesca deveria ocorrer fora dos limites do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, restrita à Área de Proteção Ambiental (APA).
"O que depender de nós - ICMBio Noronha - o torneio de pesca fará parte do calendário anual de eventos da ilha", concluiu Hangae.

Por Giselle Vasconcelos - comunicação ICMBio Noronha
e Caroline Oliveira - voluntária comunicação ICMBio Noronha




