Recorde: Temporada de desova de tartaruga-verde 2024/2025 ultrapassa 750 ninhos
- ICMBio Noronha
- 30 de abr.
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O período segue até junho. Monitoramento é realizado pelo Centro Tamar do ICMBio e Fundação Projeto Tamar
Foto: Giselle Vasconcelos

A temporada de desova da tartaruga-verde (Chelonia mydas), em Fernando de Noronha, já é histórica. Com 766 ninhos registrados até abril, a projeção é que esse número cresça até o fim do período reprodutivo, que se encerra em junho. A marca supera o recorde anterior da temporada 2022/2023, que havia contabilizado 430 ninhos.
O monitoramento é realizado pelo Centro Tamar, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e pela Fundação Projeto Tamar, dentro do Programa de Monitoramento da Biodiversidade – Monitora – Tartaruga Marinha.
De acordo com o pesquisador Claudio Bellini, analista ambiental do Centro Tamar/ICMBio, o crescimento das desovas tem sido consistente ao longo dos anos. “Quando comparamos a atual temporada com as primeiras, na década de 1980, observamos um aumento multiplicativo de cerca de 20 vezes. É uma tendência promissora, que também já foi documentada em outros locais de reprodução da espécie pelo mundo”, explica.
Rafaely Ventura, coordenadora da Fundação Projeto Tamar em Fernando de Noronha, destaca que o aumento expressivo nas desovas é resultado de décadas de trabalho contínuo. “A Fundação foi criada para recuperar as populações de tartarugas marinhas no Brasil. E hoje a gente colhe os frutos, né?”, comemora.
Ela relembra que, na década de 1980, o número de ninhos durante toda a temporada não chegava a quarenta. “Hoje temos um número muito mais significativo, fruto de um trabalho árduo, feito com amor e dedicação”, enfatiza.
Foto: Luna Moreno

A Praia do Leão concentra o maior número de desovas na ilha, mas o monitoramento abrange outras praias do Parque Nacional Marinho e da Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha.
A temporada segue até junho, e é fundamental que moradores e visitantes colaborem respeitando as orientações. Ao se depararem com uma estaca de identificação de ninho, não remova a identificação e mantenha-se numa distância mínima de um metro do ninho. Assim, você evitará danos e estresse às tartarugas.
Caso presencie uma desova, observe à distância e não interfira no processo. A localização deve ser informada imediatamente à Fundação Projeto Tamar ou ao Centro Tamar, para que o ninho possa ser monitorado e protegido. Lembre-se: é proibido tocar ou perseguir as tartarugas marinhas no arquipélago de Fernando de Noronha.
Por Giselle Vasconcelos - comunicação ICMBio Noronha
e Isadora Aires - voluntária comunicação ICMBio Noronha