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  • Foto do escritorICMBio Noronha

Projeto Darwin 200 chega a Noronha para uma semana de pesquisa e divulgação científica

Educação e conservação ambiental são os principais focos do projeto. Noronha é o terceiro ponto da jornada que refaz viagem de Charles Darwin a bordo do veleiro Beagle.


Fotos: reprodução Darwin 200

Veleiro Oosterschelde, com o projeto Darwin 200 ficará uma semana em Fernando de Noronha

O veleiro Oosterschelde, que sedia o projeto Darwin 200, chegou a Noronha neste domingo, 1 de outubro e deve ficar por uma semana. O projeto, que tem duração de 2 anos, viaja pelo trajeto feito por Charles Darwin a bordo do veleiro Beagle - que resultou no livro A Origem das Espécies - e tem por objetivo envolver o público mundial com o a paixão pela história natural e a conservação global, além de formar 200 jovens líderes conservacionistas, escolhidos de várias partes do mundo.


Noronha é o ponto 3 de 32 observatórios da viagem iniciada em 15 de agosto deste ano, partindo de Plymouth, no Reino Unido. O objetivo do projeto é envolver milhões de estudantes em escolas de todo o planeta por meio de fluxos contínuos de atividades online gratuitas, projetos de pesquisa, experimentos, palestras, competições e eventos semanais de “hora da natureza”. Estas atividades de extensão são chamadas pelo projeto de “a sala de aula mais emocionante do mundo”. Segundo divulgação no site do projeto, todas as atividades de apresentação de dados são totalmente gratuitas para alunos, professores e público em geral.


Viagem pode ser acompanhada em tempo real no site do projeto e pelo instagram @darwin200_

Atividades em Noronha


Dentro da programação com os Darwin Líderes em Noronha estão aulas com pesquisadores do ICMBio, apresentando as iniciativas de enfrentamento e controle de espécies exóticas invasoras na Ilha, o que deve ser documentado pelos jovens. A ideia é que as informações componha um vídeo mostrando diversos temas de pesquisa na Ilha, inclusive o impacto sobre fauna e flora local afetadas pela presença de invasores como ratos, gatos e tejus. Eles também vão conhecer como é feito o monitoramento de espécies nativas do arquipélago. Entre os grupos de pesquisa que participam do projeto estão: ICMBio, Tubarões e Raias de Noronha, Projeto Golfinho do Rotador, Fundação Projeto Tamar, Peld Iloc (Projeto Ecológico de Longa Duração das Ilhas Oceânicas), Projeto Cephalopoda e Projeto Outras mentes

Integrantes do projeto Darwin200 junto aos pesquisadores do ICMBio e projetos parceiros

Voluntários da Ilha


O Peld Iloc, que realiza pesquisa em Noronha há 10 anos, faz parte da expedição Darwin e selecionou 4 jovens para acompanhar de perto as atividades que serão desenvolvidas na Ilha. Os jovens Luna Moreno, Mikhael Pontes, Renata Zanon e ÍKaro Silvester foram os nomes escolhidos entre os candidatos inscritos em chamada aberta. Maria Sissini, uma das coordenadoras do projeto ressaltou o protagonismo dos jovens locais: “Ficamos muito felizes com a diversidade de inscritos e reavaliamos a nossa capacidade de incluí-los nas atividades”. Foto: arquivo pessoal

Íkaro Silvester, um dos jovens escolhidos para acompanhar o projeto em Noronha

Íkaro Silvester, nativo da Ilha, foi um dos escolhidos. Ele comemorou a oportunidade e as expectativas para o trabalho: “Nem sei o que falar! Espero muito aprender novos assuntos rlacionados ao ambiente marinho que tanto amo, em especial sobre corais e sua grande importância para o meio oceânico. Tenho expectativa de que será uma troca cultural, de aprendizagens e novas habilidades” – afirmou o jovem, que atualmente é um dos monitores do Parque Nacional Marinho e já atua na conservação local.








Linhas de atuação do Darwin200


Entre as 8 pesquisas abordadas ao longo destes dois anos de epedição, 4 serão realizadas a partir do navio; a outra parte ocorre em cada porto durante a viagem. Cada projeto de pesquisa envolve a interpretação dos resultados pela ciência cidadã por meio de informe de dados ao vivo, apresentações de resultados, palestras on-line e entrevistas com os pesquisadores profissionais por trás de cada iniciativa. Muitos destes projetos serão integrados nas atividades de extensão criadas para as escolas.


1 - Dados de temperatura

Ao longo da Viagem Global DARWIN200, os jovens líderes estão registrando dados de temperatura do ar e do mar, que são carregados por satélite e exibidos no mapa de viagem exposto no site do projeto. Em colaboração com parceiros, estes dados serão comparados com informações de conjuntos de dados que foram registrados durante viagens anteriores.


2 - Pesquisa de Vida Selvagem

Um estudo sistemático de aves marinhas, cetáceos (baleias, golfinhos e botos), pinípedes (focas e leões marinhos) e outros da megafauna (tubarões-frade, tubarões-baleia, peixes-lua, raias, etc) estão sendo realizados durante a Viagem Global DARWIN200. Os dados acrescentarão informações importantes para a compreensão do movimento de espécies ameaçadas em setores do Atlântico e Pacífico.


3 - Microplásticos

A equipe DARWIN200 irá sistematicamente procurar plástico partículas nas águas oceânicas em todo o mundo. De cada amostra de água será filtrada para estudar, classificar e registrar as concentrações de microplásticos. Mapas interativos ao vivo revelam concentrações de poluição plástica em tempo real ao longo do nosso rota da viagem. Aulas de interpretação de dados serão transmitidas de nosso navio nos principais portos.


4 - Aranhas Balonistas

Charles Darwin observou o fenômeno das "aranhas-balão" que liberam fios de seda para serem elevados à atmosfera, muitas vezes transportados por centenas de quilômetros mar adentro. Darwin encontrou aranhas que pousaram no HMS Beagle longe da terra. A proposta do navio é continuar este trabalho, realizando um levantamento sistemático para aranhas baloneiras durante nossa viagem global.


5 - Transectos de vida selvagem

Os pesquisadores do projeto realizarão transecções de biodiversidade em áreas primárias, floresta tropical secundária severamente degradada, bem como floresta estabelecida e replantada. Isto irá explorar os impactos do desmatamento, rastreando a diversidade de comunidades de organismos-chave (plantas, invertebrados, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Espera-se também quantificar a recuperação de biodiversidade em habitat reflorestado.

Palestras ao vivo, filmes, fotos, reportagens e entrevistas serão transmitido de cada local de estudo.


6 - Transectos de coral

Em águas tropicais, incluindo Noronha, os jovens líderes farão transecções para investigar a saúde dos recifes de coral em locais-chave. O levantamento inclui a cobertura de corais, branqueamento, eutrofização, sedimentação, introdução de espécies não-nativas, doenças e danos físicos. Soluções para salvar corais serão exploradas e difundidas publicamente avaliando os impactos que os recifes de coral têm sofrido nas últimas décadas. Além disso, o projeto vai organizar uma série de palestras sobre a saúde dos corais.

7 - Soluções para Poluição

Em locais-chave a equipe Darwin vai investigar soluções para problemas relacionados com a poluição, quer na aplicação prática de soluções existentes tecnologia, ou o desenvolvimento ou teste de novas ideias, conceitos ou protótipos. Exemplos de projetos incluem matrizes de limpeza do oceano (que coletam resíduos plásticos flutuantes usando energia solar) e ‘row-bots’ comedores de poluição (que usam células combustível para consumir resíduos de óleo).

Também serão investigados os impactos que a poluição exerce sobre ecossistemas e processos de recuperação que ocorrem.


8 - Miller-Urey

Durante os últimos meses da Viagem Global, realizaremos o famoso experimento Miller-Urey, que replica o ambiente primitivo da Terra para criar aminoácidos (o blocos de construção da vida) a partir de uma sopa de elementos simples e compostos. Os resultados serão divulgados publicamente na premiação final cerimônia em Londres em 2026 durante um evento de palestra especial explorando as origens evolutivas da vida na Terra.

Como participar

Pelo site www.darwim200.com é possível conhecer todo o projeto e acessar a página de divulgação de eventos científicos. Todos podem acompanhar as aulas online, enviar registros dos temas abordados e participar de jogos respondendo a perguntas sobre cada aula.


Por Clarissa Paiva - comunicação ICMBio Noronha





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