O animal foi visto pela primeira vez em 2019
Foto: Taysa Rocha
O Tropidurus Hispidus é um tipo de lagarto, que até 2019 não tinha registro no Arquipélago de Fernando de Noronha. A espécie invasora foi vista pela primeira vez no Forte da Vila dos Remédios. Há suspeita que essa espécie chegou através dos barcos de cargas com materiais de construção. De lá pra cá, pesquisadores da área de fauna, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio – de Fernando de Noronha, realizam monitoramento e o manejo do lagarto.
Nesta semana, cinco indivíduos foram vistos na ilha. Sendo um no Air France e quatro no bairro da Floresta Nova. Destes, um foi capturado. De acordo com João Victor Sulino, Bolsista do programa GEF- Pró-Espécies para ações de Detecção Precoce e Resposta Rápida a Espécies Exóticas Invasoras, o lagarto encontrado representa uma ameaça significativa para o ecossistema da ilha.
“A presença do Tropidurus Hispidus, representa uma ameaça direta à biodiversidade local, especialmente porque pode competir pelo mesmo nicho ecológico ocupado pela Mabuya, por exemplo, que é um lagarto endêmico e sofre com a presença de espécies invasoras”, explicou João Victor.
Quando acionados, os pesquisadores vão até as casas dos moradores para fazer a captura do animal. O trabalho conta com o apoio da bióloga Sandra Cadengue, membro da Gestão de Meio Ambiente da Administração de Fernando. No total, três indivíduos foram capturados, desde 2019, e encaminhados para análises.
“É importante a gente ver se a espécie tá chegando com parasitas e se tem algum patógeno diferente. Porque o animal exótico pode ser uma via de doenças para os animais nativos da ilha”, disse João. E reforçou que o manejo deve ser feito pelos pesquisadores. “A captura deve ser feita por nós da equipe de manejo. O morador pode nos acionar pelos canais de atendimento do Instituto”.
Quem avistar o lagarto Tropidurus Hispidus ou outra espécie exótica na ilha, pode acionar a equipe dos pesquisadores de fauna pelo e-mail: [email protected] ou pelo instagram @icmbionoronha.
“Esta pesquisa científica é fundamental para desenvolver estratégias eficazes de manejo e conservação da fauna local, visando a preservação do ecossistema de Fernando de Noronha e a proteção de sua biodiversidade única”, afirmou Taysa Rocha, bolsista de pesquisa do ICMBio/FN.
Por Giselle Vasconcelos - comunicação ICMBio Noronha
e Bruna Machado - voluntária comunicação ICMBio Noronha
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