ICMBio-Noronha promove capacitação para mergulhadores autônomos na ilha
- ICMBio Noronha
- 4 de ago.
- 2 min de leitura
Cursos acontecem nesta terça (5), quarta (6) e quinta-feira (7), às 18h30, no Centro de Visitantes

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Fernando de Noronha promove, nesta semana, uma série de capacitações voltadas para os mergulhadores autônomos que atuam na Ilha. Os encontros serão realizados às 18h30, no Centro de Visitantes, no Boldró.
Na terça-feira (5), o tema será o conjunto de regras que regem a Área de Proteção Ambiental (APA) e o Parque Nacional Marinho (PARNAMAR) de Fernando de Noronha. Já na quarta (6) e quinta-feira (7), as capacitações terão foco nas diretrizes de manejo do peixe-leão. É necessário escolher um dos dois dias (quarta ou quinta) para participar da capacitação sobre o peixe-leão.
É importante lembrar que o arquipélago é formado por duas Unidades de Conservação federais protegidas por lei. O PARNAMAR representa cerca de 70% da área do arquipélago, incluindo ilhas principais e ilhotas, e é uma unidade de proteção integral, onde o uso dos recursos naturais é restrito. Já a APA abrange a área urbana da Ilha, onde estão localizados os comércios e residências, permitindo o uso sustentável dos recursos naturais.
O público-alvo das capacitações são os novos colaboradores (staffs) das operadoras de mergulho e das empresas de foto e vídeo subaquático, que ainda não participaram de treinamentos formais sobre as normas das Unidades de Conservação.
A capacitação sobre o peixe-leão visa atualizar os profissionais sobre o protocolo de manejo da espécie, considerada uma ameaça à biodiversidade local. O primeiro registro desse peixe em Noronha foi em 2020. Desde então, cerca de mil indivíduos já foram capturados. A espécie apresenta alto potencial reprodutivo - podendo liberar até 30 mil ovos de uma só vez - e é extremamente predadora, sendo capaz de consumir até 20 peixes em apenas meia hora, sem predadores naturais na região.
A captura do peixe-leão é realizada durante operações de mergulho, com uso de um equipamento específico desenvolvido por pesquisadores, já que o uso de arpão é proibido na Ilha. Após a coleta, os espécimes são enviados para análise no Laboratório de Ictiologia e Conservação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em parceria com o Projeto de Conservação Recifal. As pesquisas são multidisciplinares e envolvem professores e estudantes universitários. O manejo do peixe-leão só pode ser feito por profissionais capacitados, devido à presença de espinhos tóxicos, que exigem técnicas específicas para o manuseio seguro.
Por Giselle Vasconcelos - comunicação ICMBio Noronha
e Isadora Aires - voluntária comunicação ICMBio Noronha