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Pesquisador busca traçar rotas de migração do caranguejo-amarelo

A espécie Johngarthia lagostoma é encontrada apenas em 4 arquipélagos do mundo, incluindo Noronha


Foto: acervo pessoal / Anders Schimitt


A partir desta quarta, 10/01, o pesquisador Anders Schmidt, da Universidade Federal do Sul da Bahia, inicia em Fernando de Noronha um monitoramento das migrações reprodutivas do caranguejo-amarelo. Desde 1996 se dedicando ao estudo e conservação de caranguejos do continente, desta vez Anders veio à Ilha com Elson Oliveira, estudante de Gestão Ambiental da UFSB, para pesquisa de campo que vai durar 2 meses. A equipe, com apoio do ICMBio, irá mapear as rotas migratórias e 4 vezes por mês irá acampar em praias da Apa e do Parque para um monitoramento noturno intensivo.


O coordenador da pesquisa explica que “conhecendo os locais e as datas em que as migrações ocorrem, é possível aumentar as medidas de proteção do animal, que é ameaçado de extinção e só ocorre em 4 arquipélagos do mundo”. Segundo Anders, sabendo quando e onde ocorrem grandes deslocamentos de caranguejos, será possível ajudar na conservação do animal: “sinalizar o trânsito para evitar atropelamentos, e realizar empolgantes observações para educação ambiental”. O estudo sobre a andada dos caranguejos pode ainda, segundo a equipe envolvida, ser usado para favorecer o ecoturismo, agregando informações sobre o animal, com possibilidade de observação do fenômeno como forma de incentivar a conservação. 


Espécie-chave

Apesar de ser facilmente associado à comida, o caranguejo-amarelo (Johngarthia lagostoma) não deve ser capturado e consumido. A importância do caranguejo-amarelo vai além do que a maioria das pessoas conhece: trata-se de uma espécie-chave para o ecossistema de Fernando de Noronha. Uma fêmea pode carregar mais de 100 mil ovos dos quais, no auge da migração, nascem larvas que são lançadas ao  mar. Essas pequenas larvas servem de comida para sardinhas e filhotes de  peixes  que são alvo da pesca e vão parar na mesa de muitos ilhéus e turistas. Além disso, o caranguejo-amarelo é  fundamental para o ecossistema terrestre: suas tocas contribuem para a aeração do solo, o consumo de folhas contribui para a ciclagem de nutrientes e o consumo e transporte de frutos e sementes controla a dispersão das plantas. 


Ciência cidadã

Todos na Ilha de Fernando de Noronha podem ajudar os pesquisadores e o ICMBio a mapearem as rotas migratórias de caranguejo-amarelo! Se você encontrar caranguejos passando pela BR, pelas ruas, pousadas, residências e praias, por favor nos informe. Anote a data, horário, quantidade aproximada, localização e, se possível, fotografe. Depois é só mandar para o ICMBio pelo whatsapp  81 99115-6860

Você também pode publicar a foto com informações marcando o instagram @icmbionoronha. Essa colaboração na coleta de dados fará de você um(a) cientista-cidadã(o). Participe!







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